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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vermelho e quente

Uma gota inicial escorre pelo meu corpo. Dançando suavemente, vai marcando minha pele com todos os seus segredos e dor. O grito do silêncio, acompanha cada passo do tortuoso caminho da gota de sangue. Vermelho e quente, como pecados castigados e verdades ocultas. Sem origem e sem fim, o sangue desliza sobre todas as digitais, como um crepúsculo.
Procurando um fim e carregando a sua história, a gota de sangue encontra no caminho cicatrizes de outras épocas. Seu sangue é a mais pura verdade, é o resultado da sua dor, é a sua marca, é seu elixir.Vermelho e quente, como lembranças dolorosas e revoltas sem motivos. Sem origem e sem fim, o sangue alimenta toda a angústia que entra em erupção.

Em minha carne escrevi seu nome.
Em um cálice eu o coloquei pra você.
O meu sangue confessa o que meu coração não pode dizer.
Você não entende o quanto de sangue deve ser derramado por você.
Você não percebe que ele faz mais do que salvar sua vida, o meu sangue resgata sua alma.

Vermelho e quente, como o nascimento de uma profecia e o cumprimento de uma maldição. Sem origem e sem fim, o sangue carrega todo o peso por eu amar você.

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