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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Peregrino.

Eu não consigo me mover, mas estou andando. Não consigo ver, mas observo. Dessa maneira eu fugi da minha casa, fugi da minha mãe e do bom espírito, que não consegue me conter. Abandonei as noites acordadas e o cigarro aceso. Decidi correr pra dentro de mim, fugir do meu grande eu.
Eu subi por cima do meu cérebro, e entrei em minhas lágrimas, molhei meus medos com álcool e. totalmente embriagado, eu estou fugindo do certo e do errado, mas ainda estão olhando pra mim. Eu fugi da igreja, observei a mãe que nunca chora e o deus que nunca se move. Eu entrei no silencio, lembrei minha morte e esqueci quem eu sou. Eu fugi de dentro da minha mente, eu sai nas minhas fezes, eu menti para os anjos.
Foi fugindo que eu me perdi em mim, esqueci meu nome, esqueci minha face. Choques de dor queimaram minha pele e a parte mais escura do céu se abriu para mim. Eu fugi do meu Gosh, do Diabo, das drogas, do Gustavo.
E todos os dias, antes de dormir, eu fico imaginando minha carne apodrecendo sem presença de espírito. Por isso eu fujo, e fujo para morrer.

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