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domingo, 23 de outubro de 2011

Meu querido Teddy.

Ela acaba de chegar. A advogada Sandra, joga sua pasta de trabalho no sofá e da uma breve olhada nas inúmeras correspondências. Sandra logo vai tomar um banho e passa um longo período afogando seus pensamentos na banheira e baforando seus medos no cigarro. Após seu banho, Sandra vai em sua cozinha tomar um vinho. Ascende mais um cigarro e coloca sua música preferida, Billy Eckstine - Satin Doll. Nossa essa música causou um respiração profunda na sensual advogada de trinta e três anos.
Então, abriu seu guarda roupa e dele tirou uma caixa, dessa caixa tirou um velho, rasgado e empoeirado urso. Sandra começou a falar:

-Olá Teddy... Sei que não falo com você a muito tempo, (risada). Ainda estou meia tonta pelo vinho, mas sabe, por mais besta que possa ser uma grande advogada, como eu, estar um pouco aérea e falando com seu ursinho de pelúcia da sua infância, tenho que me abrir com você, pois desde de sempre, você foi meu único amigo. (risos) Não ria Teddy! (risos) É sério! Enfim,..., Teddy, te amo muito, você foi meu melhor é único presente em minha podre infância,..., Nossa, como odiava aquela casa! Odiava a casa e tudo que estava dentro dela. inclusive minha mãe e o meu amável padrasto. Se lembra deles, né? Hum, meu Teddyzinho, (abraço) sabe,..., as vezes penso em você no trabalho, penso em como você me ajudou com aquele periodo difícil. Se lembra Teddy? De quando ficamos mais unidos que unha e carne? Eramos o sheriff Teddy e a frágil donzela Sandra,..., nunca gostei de ser a mocinha, queria ser o sheriff! Mas enfim,..., O calos do corpo dele ainda esta no meu,..., eu me lembro de estar brincando com você, como eramos bobos (breve sorriso), foi quando ele chegou. Já estava bêbado, me lembro de sentir o cheiro vindo da sala para meu quarto, me dava nojo! Como sempre, ele brigou com minha mãe,..., Odeio homens! Ainda bem que você não tem pénis Teddy. (risos). Você conseguiu ouvir o barulho do soco? Ou foi só eu? Depois que ele surrou minha mãe,..., Eu me lembro,..., Me lembro,..., do barulho dos passos dele, subindo a escada. Fiquei apavorada com a ideia de ele querer tomar você de mim. Foi quando te escondi no armário, mas me lembro de deixar uma fenda  na porta pra você respirar, dava pra ver seus olhinhos pretos,(leve sorriso). Quando ele entrou, me lembro do insuportável odor de álcool.
Ele não me disse nada,..., ele nem abriu a boca,..., ele nunca disse nada,..., nem um "eu te amo, vadia". Ficou parado, me olhando. Fiquei com tanto medo! Estava tão apavorada que nem pensei em correr,..., foi quando ele me agarrou. Eu não queria,..., (choro) Teddy,..., ele me disse que eu era bonita, (choro), como ele pode fazer isso? Estava doendo de mais,..., As únicas coisas que passavam na minha cabeça eram: Teddy esta a salvo? Quando vai acabar? Onde esta minha mãe?,..., Aquela vadia,..., eu conseguia ver a sombra da aquela puta no corredor segurando o terço,..., (choro) Porque ela não fez nada? Porque Ave Maria não fez nada? Com o tempo, ele ficou mais rápido, me lembro de sentir o sangue descendo pelo chão, ele não parava. Eu não conseguia sentir minhas pernas e meu pulso estava doendo porque ele estava apertando, foi quando vi você, querido Teddy, no canto me olhando, esse momento, pode parecer estranho, mas sai do meu corpo e me entreguei ao prazer repugnante do meu padrasto esperando com que ele terminasse.
Quando acabou, "puff", ele se foi,...,eu fiquei lá, parada, enquanto ouvia ele fechar o ziper... Depois desse dia, minha mãe disse que eu era imunda e me mandou para morar com minha avó, e você Teddy, esteve comigo todo esse tempo, a guardou o segredo sobre como eu virei quem sou hoje, guardou para sempre. Te amo Teddy.

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