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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Meu quarto

Esses dias percebi que tenho evitado meu quarto. O lugar onde eu deveria me sentir mais seguro, é onde me sinto em deriva de todo tipo de perigo. Não consigo suportar as paredes brancas melódicas ou o chão de madeira quente e marcado, também é extremamente difícil ver o espelho me encarar. É como em um sonho, daqueles em que você não consegue acordar. Minha janela tem vestígios de um suicídio coletivo e o pouco ar que passa por ela  é impossível circular, por isso, me sinto um tanto sufocado em meu próprio quarto. Sempre na rua eu tento evitar de ter que entrar, evitar de fechar os olhos, evitar de descansar, porque meu quarto é sinistro. No guarda roupas há personalidades, na escrivania há notas de um escândalo. É um paraíso renegado, uma árvore seca,..., mas é o único lugar onde posso me abrigar.
OBS: Algo aqui me sufoca, deve ser meu chulé.

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