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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Luto

Olhe bem para essas fotografias, elas te faram regredir para o dia em que todos foram felizes e eu me vesti de luto. Em mim, o coração diz que lágrimas saciam a sede de uns. Só você ainda não percebeu, que, mais complexo que a biologia viva, o falar dos mortos. E eu já sei, que o cisne negro vive e rodopiou como uma criança na ciranda enquanto o cisne branco morria, por isso estou sepultado.

Nós já sabíamos o final dessa história, o mocinho nunca tem razões para ser mocinho, o luto não escolhe os personagens, e eu me visto de preto.


Eu amo o silêncio da morte, quando bem aplicado, mas eu e você sabemos que isso não acontece. A letra "R" tem na lápide, mas eu sei quem verdadeiramente esta lá. Como uma daninha que nasce apenas pra matar suas companheiras, eu vou de luto. Pare e reflita no silêncio do velório, você sabe quem o matou? Ninguém conhece o defunto como a felicidade de ser infeliz, por isso estou sepultado.

Nós já sabíamos o final dessa história, o mocinho nunca tem razões para ser mocinho, o luto não escolhe os personagens, e eu me visto de preto. Somente o amor pode fazer viver o que sempre morre, o tempo não espera para te assassinar. No caixão a penas a carcaça da metade do que você já foi, e eu me visto de preto.


preto como seu olhos.
preto como sangue da história.
preto como minhas profecias.
preto como suas feridas
preto como nosso amor.

Eu estou de luto...





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